É normal que as crianças sintam algum grau de ansiedade à medida que o novo ano escolar se aproxima. Os mais novos podem ficar ansiosos porque vão deixar os pais, e os mais velhos podem preocupar-se com os estudos, com os novos colegas ou mesmo com o reencontro com amigos depois dos meses de verão.
Este ano as escolas estão diferentes. Professores e alunos a partir do 2º ciclo usam máscaras e as interações estão limitadas. A incerteza da situação, a possibilidade de ficar doente e as mudanças nas rotinas podem fazer com que muitos alunos - e pais - se sintam stressados e ansiosos.
É importante estar atento a eventuais mudanças no comportamento e humor do seu filho, a ansiedade pode manifestar-se de várias formas, como por exemplo maior irritabilidade, alterações no sono, perda de apetite, falta de concentração, menor energia, sintomas físicos como náuseas, tensão muscular ou tonturas, recusa em ir à escola, tristeza ou choro.
A maneira de ajudar o seu filho se ele está a sentir algum destes sintomas, depende da idade. Não falar sobre o COVID-19 não alivia a ansiedade. É importante reconhecer a situação de maneira adequada à idade.
Se o seu filho tem sintomas de ansiedade e dificuldade em lidar com a situação, não hesite em procurar ajuda de apoio profissional.
Nestes tempos de incerteza é importante que os pais tomem medidas para cuidar de si mesmos. Converse com o seu filho sobre os seus próprios sentimentos e sobre as formas como lida com a ansiedade. Modelar comportamentos saudáveis e competências para enfrentar a adversidade é uma das formas de apoiar o seu filho.
Ensinar o que significa aceitar a incerteza - e mostrar que pode perseverar apesar dessa incerteza - é dar uma lição ao seu filho sobre resiliência.
Cecília Almeida
Psicóloga clínica, Psicoterapeuta
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